Compensação financeira e redução de danos ambientais são os atrativos da energia solar; o mercado está em crescimento no Brasil
A energia solar é uma das principais fontes de energia no que diz respeito à redução de impactos ambientais e gastos financeiros. De acordo com a Amperi, empresa de soluções industriais e suprimentos elétricos, o retorno de investimento em energia solar (ou energia fotovoltaica) acontece em cerca de cinco anos, o que pode significar mais de 25 anos de economia total.
Já a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) afirma que, mensalmente, a conta de luz pode ficar de 50% a 95% mais barata, dependendo dos equipamentos utilizados.
Esse é o principal motivo para que a energia solar tenha um crescimento tão expressivo nos últimos anos. Ainda segundo informações da ABSOLAR, o Brasil ultrapassou 41 gigawatts (GW) de potência em fonte fotovoltaica em 2024, com adição de 2 GW apenas nos dois primeiros meses do ano. Um único GW é equivalente a mil milhões de watts (W).
Somando grandes usinas e geração distribuída (terrenos pequenos, fachadas e telhados), isso representa 18% da potência operacional em todo o território nacional, sendo a segunda maior matriz elétrica do país, atrás apenas da geração hídrica (48%).
De 2012 até abril deste ano, o segmento já movimentou mais de R$ 195 bilhões em investimento em energia solar, levando cerca de R$ 61,3 bilhões aos cofres públicos e gerando 1,2 milhões de empregos.
São Paulo é o estado que mais faz uso da energia fotovoltaica, marcando 13,8% na taxa de geração distribuída, seguido de Minas Gerais (13,1%) e Rio Grande do Sul (9,6%). Em relação aos municípios, fazem parte do top 3 Florianópolis (2,6%), Brasília (1,4%) e Cuiabá (1%).
Por ser de categoria renovável, ou seja, que não usa combustíveis fósseis e não se esgota, os efeitos positivos da energia solar no meio ambiente também são significativos. Dentro do período em questão, mais de 47,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono foram evitadas, contribuindo para o controle da poluição e preservação do efeito estufa.
Como a energia solar funciona?
Com a ajuda dos módulos fotovoltaicos (placas solares), os raios de sol são captados e transformados em energia, permitindo que a eletricidade convencional seja menos usada ou totalmente dispensada.
Isso acontece graças ao efeito fotovoltaico, que consiste na absorção dos fótons pelas células fotovoltaicas, presentes na radiação solar. Os fótons liberam elétrons que navegam pelas células e, desta forma, geram energia.
A partir do inversor solar, a energia fotovoltaica é levada até a rede elétrica, alimentando casas e fábricas sem nenhuma dificuldade.
Para que esse método seja realmente eficiente, é importante ter uma boa incidência solar. Por isso, as placas devem ser posicionadas de maneira a receber contato direto com a luz do sol durante o máximo de tempo possível ao longo do dia, sem sombras ou outras interferências.
Desta forma, é possível gerar, armazenar e liberar mais energia na corrente elétrica, eliminando a necessidade de recorrer aos meios tradicionais.
Caso a geração de energia seja superior ao uso, o excesso é transferido para a rede distribuidora de cada região, gerando os chamados créditos solares, que podem ser utilizados em até 60 meses. Também contam com outros benefícios que vão além dos números baixos na conta de luz, como abatimento no Imposto de Renda.
A medição é feita por um relógio de luz próprio para sistemas fotovoltaicos, que analisa a entrada e saída de energia de determinada área. Se o aparelho identificar que foi produzida mais energia do que o necessário, os créditos são emitidos.
O aparelho utilizado para a medição se chama traçador de curva. O instrumento realiza a medição de sistemas fotovoltaicos a partir de testes práticos e manutenção durante instalações elétricas. Os Traçadores de Curva I-V, por exemplo, garantem melhor eficiência nos sistemas de energia solar, além de prevenir problemas futuros.
O processo segue critérios de regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
As vantagens só podem ser totalmente usufruídas, no entanto, após a realização do comissionamento de energia solar. Este procedimento tem o intuito de verificar e validar o complexo fotovoltaico, buscando encontrar soluções para possíveis problemas que podem resultar no mau funcionamento dos equipamentos e até mesmo comprometer a segurança do imóvel e de seus habitantes.
Por que a energia solar é econômica?
Como a energia vem dos raios de sol – que é inesgotável e existe para todos –, não há porquê depender das distribuidoras, que cobram pelos serviços de manutenção e transferência de energia até as casas.
Mesmo que uma fábrica ou uma residência sejam alimentadas apenas por 50% de energia solar, por exemplo, os custos mensais ainda seriam muito abaixo do que o normal, já que isso anula a total dependência das empresas de energia.
Quanto custa instalar energia solar?
Os valores dependem de alguns fatores, como a potência do gerador, tamanho do espaço e atividades realizadas no dia a dia.
Uma grande indústria, portanto, vai gastar mais para instalar o sistema de energia solar do que uma residência, justamente por ser muito maior e precisar de uma fonte energética bem mais robusta.
Para auxiliar nos custos de instalação, existem linhas de crédito com condições especiais. Vários bancos oferecem soluções de financiamento exclusivo para energia fotovoltaica, como Santander, Caixa Econômica Federal, BTG, Bradesco, Banco do Brasil, Itaú, BV, entre outros.
A médio e longo prazo, o investimento em energia solar apresenta um bom retorno por causa da economia acumulada no pagamento das contas de luz. Além disso, estima-se que os custos do sistema solar sejam quitados, de maneira distribuída e sem pesar no bolso, em uma média geral de cinco anos.