Segurança para trabalhar. É preciso que o ambiente de trabalho seja um espaço seguro. Nesse ínterim, o trabalhador necessita de equipamentos, ferramentas, produtos e informações adequadas para atuar em sua função com confiança e consciência. Trabalhar com segurança é um direito e um dever em toda e qualquer situação. No entanto, há ambientes industriais com condições bastante específicas. Esse é o caso das chamadas áreas classificadas. Tais espaços exigem cuidados mais rigorosos com a proteção e a segurança no trabalho. 

Assim, para proteger a vida humana e assegurar a realização das atividades seguras nesses espaços, existem as normas técnicas e os materiais elétricos certificados. Então, preparamos este artigo para falar de aspectos importantes: primeiro, sobre o que são as áreas classificadas. Em seguida, quais as normas que regem as atividades em espaços confinados. Por fim, vamos abordar quais os produtos para instalações elétricas seguras e padronizadas. Dessa forma, aproveite a leitura para tirar dúvidas e já conhecer soluções em materiais elétricos seguros e voltados tanto à garantia do bem-estar quanto da prevenção de acidentes de trabalho. 

O que é uma área classificada?

Área classificada é uma região com alta probabilidade de ocorrência de explosão ou de formação de uma atmosfera explosiva. Para isso, basta que na área existam produtos como gases ou líquidos inflamáveis, além de poeiras ou fibras combustíveis, que possam causar fenômenos de explosão.

As atmosferas explosivas são aquelas nas quais pode haver a mistura de ar com substâncias inflamáveis. Algumas citamos acima (gases, vapores, névoas ou poeiras). Ademais, após a ignição, a combustão se propaga a toda a mistura não queimada. Desse modo, as áreas nas quais podem se formar atmosferas explosivas são classificadas em função da frequência e da duração das exposições. 

Veja a seguir!

  • Zona 0: área na qual existe, permanentemente, ou durante longos períodos de tempo ou com frequência, uma atmosfera explosiva. Esta, é constituída por uma mistura com o ar de substâncias inflamáveis, sob a forma de gás, vapor ou névoa.
  • Zona 1: área na qual é provável, em condições normais de funcionamento, a formação ocasional de uma atmosfera explosiva. Atmosfera que é constituída por uma mistura com o ar de substâncias inflamáveis, sob a forma de gás, vapor ou névoa.
  • Zona 2: área na qual não é provável, em condições normais de funcionamento, a formação de uma atmosfera explosiva ou, na qual essa formação, caso se verifique, seja de curta duração. Tal atmosfera pode ser constituída por uma mistura com o ar de substâncias inflamáveis, sob a forma de gás, vapor ou névoa.
  • Zona 20: área na qual existe, permanentemente ou durante longos períodos de tempo ou com frequência, uma atmosfera explosiva sob a forma de uma nuvem de poeira combustível.
  • Zona 21: área na qual é provável, em condições normais de funcionamento, a formação ocasional de uma atmosfera explosiva sob a forma de uma nuvem de poeira combustível.
  • Zona 22: área na qual não é provável, em condições normais de funcionamento, a formação de uma atmosfera explosiva sob a forma de uma nuvem de poeira combustível, ou na qual essa formação, caso se verifique, seja de curta duração.

Certamente, identificar as zonas das áreas classificadas é de fundamental importância para a implementação das medidas de prevenção de acidentes de trabalho. Ademais, tal identificação promove a segurança e a escolha adequada dos materiais elétricos. Estes, por sua vez, devem ser resistentes, certificados e capazes de atender a demanda de cada zona. 

Quais instalações podem conter atmosferas explosivas de gases inflamáveis ou poeiras combustíveis?

A fim de esclarecer ainda mais o tema, compartilhamos aqui alguns exemplos. Confira as instalações industriais que podem conter áreas classificadas e atmosferas explosivas:

  • Plataformas offshore para prospecção, perfuração e produção de petróleo;
  • Terminais de armazenamento de petróleo e derivados;
  • Indústrias químicas e petroquímicas (processo de fabricação de tintas, vernizes, plásticos e resinas);
  • Tanques de armazenamento;
  • Áreas de abastecimento de aviões em aeroportos;
  • Indústrias alcooleiras, alimentícias e de biocombustíveis;
  • Caminhões de transporte de produtos químicos inflamáveis ou gases liquefeitos;
  • Postos de serviço para abastecimento de gasolina: diesel, etanol e GNV;
  • Indústrias farmacêuticas e de cosméticos;
  • Silos e armazéns para transporte e armazenamento de grãos, farelos e fibras combustíveis, açúcar, soja, milho, cevada, aveia, cacau, fertilizantes e carvão.

Em relação a este último exemplo, devemos considerar que a expansão do agronegócio no Brasil tem aumentado, significativamente, as atividades em silos. Dessa forma, estes se tornaram um dos principais espaços para a ocorrência de atmosferas explosivas e acidentes. 

Segundo estudos da área, 38% dos acidentes nessa atividade são ocasionados pela falta dos equipamentos de segurança. Entre os acidentes, 20% são resultados da deficiência na qualificação e na especialização da mão de obra. Sendo assim, o percentual restante estaria dividido em motivos como a falta de fiscalização do cumprimento das normas (25%) e negligência na compra de materiais de segurança nas empresas (17%).

Ao mesmo tempo, outro setor que também tem áreas classificadas importantes é o portuário. Nele, há armazenamento de grandes quantidades de produtos inflamáveis ou combustíveis. Já foram registradas grandes explosões em armazenamento de soja, milho ou trigo. Isto ocorre em função da presença conjunta, nestes locais, de poeiras combustíveis e de fontes de ignição – por meio da execução de trabalhos de manutenção ou de soldagem. Além disso, pode ocorrer por falhas dos equipamentos elétricos ou mecânicos. 

O que é explosão de poeira?

Mas como produtos como trigo, soja ou milho podem explodir? Temos neste caso o fenômeno chamado de explosão de poeira. Ele ocorre quando poeiras em suspensão, provenientes de granéis sólidos que são combustíveis, como soja, milho, malte, cevada, café, açúcar, leite em pó, canela em pó e arroz, são podem gerar explosões.

Isso se dá porque a nuvem de poeira gerada na movimentação dos grãos durante o transporte, processamento ou armazenagem entra em contato com uma fonte de ignição – uma centelha elétrica – como uma chave liga/desliga ou uma botoeira não apropriada. 

Acidentes em áreas classificadas

Falando ainda sobre acidentes de trabalho em atmosferas explosivas, vamos a um caso de acidente registrado em agosto de 2020, no Porto de Beirute, no Líbano, que mostra a gravidade e a importância de se atender às normas e os requisitos de segurança nesses espaços. 

A ignição de cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, material explosivo utilizado como fertilizante agrícola, causou uma grande explosão, que causou a morte de cerca de 200 pessoas, e que foi equivalente a um terremoto de escala 3.3 ou de uma explosão de 1.000 toneladas de TNT (dinamite). 

O evento criou uma cratera de cerca de 140 metros de extensão e pode ser ouvido a quase 200 km do local da ocorrência.

Vale dizer que o nitrato de amônio, fabricado industrialmente, não é em si uma substância combustível. No entanto, quando ele se decompõe, produz uma série de gases que, quando aquecidos até a sua temperatura de decomposição (acima de 180ºC), se expandem e explodem rapidamente. 

No caso do porto de Beirute, inspeções realizadas anteriormente já haviam registrado sacos de nitrato de amônio rasgados, indevidamente empilhados uns sobre os outros e apresentando grandes vazamentos de produto. 

Segundo especialistas, é provável que o incêndio inicial tenha sido a fonte de energia de ignição que provocou a explosão do produto. 

Outras explosões já foram registradas em locais de armazenamento de grandes quantidades de nitrato de amônio, como em 1947, no Texas, causando a morte de 581 pessoas, na China, em 2015, com a morte de 173 pessoas.

Normas regulamentadoras de áreas classificadas e em ambientes de armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis

Como dissemos no início, existem algumas normas regulamentadoras que informam as exigências legais sobre o assunto e oferecem diretrizes essenciais para a adoção de medidas de controle. Entre elas, podemos destacar:

  • Área Classificada NR-10:

A NR-10 é a Norma Regulamentadora para área classificada NR-10 que estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.

Além disso, a NR-10 orienta sobre as certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas; sobre treinamento específico, de acordo com risco envolvido e sobre a adoção de dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático, em instalações elétricas de áreas classificadas.

  • Área Classificada NR-20:

A NR-20 estabelece os requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis. 

Há um item da NR-20, inclusive, que trata especificamente da segurança na construção e montagem das instalações nestas condições. 

A norma diz que as inspeções e os testes realizados na fase de construção e montagem e no comissionamento devem ser documentados de acordo com o previsto nas Normas Regulamentadoras, nas normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais, e nos manuais de fabricação dos equipamentos e máquinas. 

Além disso, os equipamentos e as instalações devem ser identificados e sinalizados, de acordo com o previsto pelas Normas Regulamentadoras e pela ABNT.

Soluções Amperi: produtos à prova de explosão

Como solução para prevenção de acidentes de trabalho em áreas classificadas e para melhor desempenho dos setores, a Amperi conta com sua Linha Atex, de alta tecnologia, que atende às medidas de segurança do trabalho da indústria.

Por meio do seu propósito de atuar como aliada na prevenção e segurança elétrica, a Amperi dispõe de um portfólio totalmente aderente às normas de segurança e aliado dos setores industriais.

Os produtos elétricos atendem aos requisitos das Zonas 1, 2, 21 e 22 e são fabricados de materiais indicados para áreas agressivas e áreas classificadas, sendo resistentes e confiáveis, fruto da tecnologia a favor da segurança de pessoas e instalações. Desse modo, entre as características dos produtos da Linha Atex, da fabricante Palazzoli, destacamos:

  • Boa resistência mecânica (IK10)
  • Não deformam
  • Suportam altas e baixas temperaturas
  • Suportam pressão interna
  • Podem ser imersos temporariamente (IP)
  • Boa vedação contra gases e poeira
  • Possuem certificações TÜV e INMETRO

Veja a seguir alguns dos itens disponíveis em nosso portfólio: 

Os plugues da série X-CEE-EX atendem aos requisitos técnicos de segurança das Zonas 2 (gás), 21 e 22 (poeira) e são ideais para ambientes críticos, que exigem resistência elétrica e segurança.

A série TAIS-EX é composta por tomadas 3P+T 32A / 2P+T 16A / 3P+T 32A / 3P+T 63A , à prova de explosão, com bloqueio mecânico em material termoendurecido.

Para atmosferas explosivas, a luminária Ex, da Linha Atex, é do tipo high bay, à prova de explosão, e possui todo corpo desenvolvido em alumínio, além de difusor de vidro e grau de proteção IP66/67.

A chave seccionadora para baixa tensão, da série CAM-EX, é mais uma solução para atmosferas explosivas, adequada tanto para Zona 2 (gás), quanto para Zonas 21 e 22 (poeira).

A prensa-cabo à prova de explosão, da Linha Atex, é desenvolvida em termoplástico e possui grau de proteção IP68. Além disso, conta com bronze niquelado com acompanhamento em neoprene.

Por fim, temos a caixa de passagem à prova de explosão, da Linha Atex, que é desenvolvida em material termoendurecido (fibra de vidro injetada com resina poliéster) antiestático, IK10 e possui grau de proteção IP66/67.

Bem, agora você já sabe que pode contar com uma linha exclusiva de materiais elétricos à prova de explosão para áreas classificadas, certo? Para saber mais sobre o produtos, entre em contato com a gente e solicite uma demonstração técnica

Até o próximo!

 

Fontes: Revista Potência, Governo Federal NR-10, Governo Federal NR-33, Governo Federal, NR, Governo Federal – NR20.